sábado, 6 de dezembro de 2014

As mulheres pagam muito caro o seu desejo de autonomia
As leis não dispensam uma mudança das mentalidades; as mulheres são ainda consideradas como propriedade pessoal dos homens. E as mentalidades não evoluem por si só. No que se refere aos crimes de «honra», foi necessário que alguma mulheres tivessem a coragem de dar o testemunho do seu martírio, como Souad (Cisjordânia), advogadas como Hina Jilari e Asma Jahangir (Paquistão), jornalistas como Lima Nabeel ou Rana Husseini (Jordânia) e militantes de ONG humanitárias, para que a comunidade internacional descobrisse o horror e a amplitude da barbárie exercida contra as mulheres.
Apesar dos avanços dos códigos penais, seria errado pensar-se que estes homicídios por questões de «honra» tendem a desaparecer pouco a pouco sob o efeito das pressões internacionais e de uma concepção utópica do progresso das sociedades. Pelo contrário, tudo leva a crer que estes crimes poderão ainda multiplicar-se. O poder crescente das forças islâmicas nos países tradicionalmente implicados e a influência das tradições nas comunidades imigrantes dos países ocidentais poderão agravar ainda mais a situação das mulheres. Cada vez mais impelidas para a rebelião, recusando os casamentos forçados e insurgindo-se contra a privação de liberdade em que vivem, seduzidas pelos modelos dos países ocidentais, as mulheres pagam ainda caro o seu desejo de autonomia. Desde 1999, de acordo com os relatórios internacionais e as observações das ONG, os crimes de honra mostravam tendência para aumentar.

https://condicaodamulher.wordpress.com

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